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Vampiros na poesia

domingo, 31 de janeiro de 2010.
Os poetas alemães foram os responsáveis por introduzir os vampiros na literatura. O poema "Der Vampir", de 1748, escrito por Heinrich August Ossenfeld, é considerado o primeiro texto literário a tratar do tema vampiro. "Lenora", de 1773, escrito por Gottfried August Bürger, narra a volta de um rapaz falecido para levar a noiva (lenora) para uma cavalgada sobrenatural. O texto não é sobre vampiros, mas serviu de inspiração para a literatura vampírica.

O famoso escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe publica em 1797 o poema "A Noiva de Corinto" (Die Braut von Korinth). Uma jovem retorna dos mortos buscar o noivo. Graças a um sepultamento cristão inadequado, ela se torna uma vampira.

Samuel Taylor Coleridge foi o primeiro poeta a introduzir os vampiros na poesia britânica. O poema "Christabel"foi escrito entre 1797 e 1801. Após ter sido abandonada por seus seqüestradores, Lady Geraldine é resgatada pela jovem Christabel. Apesar de não haver uma menção de que Geraldine é vampira, os acontecimentos da narrativa e as características da personagem permitem deduzi-lo. O poema contém alusões ao lesbianismo. Em uma das cenas, após tomarem uma garrafa de vinho, Lady Geraldine enfeitiça e convence Christabel a se despir, enquanto ela deixa os seios e metade do corpo à mostra. As duas dormem juntas. Na manhã seguinte ao ocorrido, o corpo velho e ressequido de Geraldine rejuvenesce. A jovem, ao sair do transe, sente culpa e vai rezar.

Robert Southey está entre os primeiros escritores a introduzir os vampiros na literatura inglesa. Em um dos episódios do poema épico Thalaba the Destroyer (1801), o herói Thalaba enfrenta um vampiro, sua falecida noiva Oneiza, que morreu no dia do casamento. O protagonista a mata enfiando uma lança no corpo da mulher.

Outros nomes da poesia britânica que merecem menção são John Herman Merivale e John Stagg. Em "The Dead Men of Pest" (1807), de Merivale, um demônio chamado Vampire sai de tumba e mata os habitantes de uma aldeia, sugando-lhes o sangue. No volume de sua coleção de poemas de 1810, The Minstrel of the North, Stagg incluiu o poema "The Vampyre". Nele o narrador Herman é atacado por um vampiro, o amigo recém-falecido Sigismund. A narrativa termina com os moradores cravando estacas nos corpos de Herman e seu amigo vampiro.

Lord Byron, em 1813, escreveu o poema "The Giaour", em que o protagonista, amaldiçoado por um muçulmano, se torna um vampiro e suga o sangue daqueles que lhe são próximos.

O famoso poeta John Keats também explorou a imagem da mulher vampira que seduz e mata. São de sua autoria os poemas "The Eve of Saint Agnes", "Lamia" e "La Belle Dame sans Merci". Os dois primeiros de 1819 (ano de publicação do conto "The Vampyre", de Polidori, primeira obra de ficção em inglês sobre vampiros), e o último de 1820.

Na França, poucos poetas fizeram referência ao tema vampiro. O conto era o principal forma de divulgação das criaturas da noite. Théophile Gautier, escritor famoso por suas histórias de vampiros, escreveu o poema "Les Taches Jaunes" (1844). Influenciado por Gautier, o famoso poeta Charles Baudelaire dedica a ele os seus poemas, incluindo os de vampiro. "The Vampyre" e "Les Metamorphoses du Vampire" se encontram no livro Les Fleurs du Mal (Flores do Mal), publicado em 1857.

No século XX, o número de aparições vampíricas aumentava cada vez mais. O escritor irlandês James Joyce inseriu no seu romance Ulysses um curto poema. Atualmente é imensa a variedade de estilos e formas de abordagens do tema. Fica difícil indicar poucos nomes.
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Linha do tempo dos Vampiros

407 - A palavra "upir" ,em suas primeiras aparições que mais tarde se tornaria "Vampiro" num documento que se refere ao príncipe russo como "Upir Lichy".
1428 - Nasce o tão famoso Vlad Tepes, filho de Vlad Dracul.
1436 - Vlad Tepes se torna o príncipe da Wallachia e vai para Tirgoviste.
1442 - Vlad Tepes e seu pai são aprisionados pelos turcos.
1447 - Vlad Tepes (pai) é decapitado.
1448 - Vlad conquista por um breve tempo o trono da Wallachia, porém destronado se dirige à Moldávia, onde se torna amigo do príncipe Stefan.
1451 - Vlad e Stefan fogem para a Transilvânia.
1456 - Uma pessoa de nome John Hanyadi ajuda Vlad a ter o trono da Wallachia, mas Vladislav Dan é executado.
1458 - Aparece Mathias Corvinus que sucede a John Hanyadi como o rei da Hungria.
1459 - Massacre dos boiardos na Páscoa e a reconstrução do Castelo de Drácula. E Bucareste é estabelecida como o segundo centro de governo.
1460 - Ataque sobre a cidade de Brasov, Romênia.
1462 - Após a batalha no Castelo de Drácula, Vlad vai para a Transilvânia. E inicia um período de 13 anos na prisão.
1475 - As guerras de verão na Sérvia são contra os turcos e em novembro : Vlad retoma o trono da Wallachia.
1476 - Vlad é assassinado.
1560 - Nasce Elizabeth Bathory.
1610 - Bathory é presa por Ter matado centenas de pessoas e de ter nadado em seu sangue. Ela é julgada e condenada recebendo a sentença de prisão perpétua.
1614 - Elizabeth Bathory morre.
1645 - Leo Allatius escreve o 1° Tratado moderno sobre os Vampiros; "De graecorum hodie quirudam opinatio nabus".
1657 - Fr. Françoise Richard associa o vampirismo à bruxaria quando escreve "Relation de ce s'est passé à Sant-Erini Isle de L'Archipel ".
1672 - Uma terrível onda de histeria varre Istra.
1679 - Philip Rohr escreve um texto alemão sobre Vampiros de título : "De Masticatione Mortuorum ".
1710 - A histeria do Vampiro varre a Prússia oriental.
1725 - A histeria do Vampiro volta à Prússia oriental.
1725/30 - A histeria do Vampiro continua na Hungria.
1725/32 - A onda da histeria do Vampiro na Sérvia austríaca produz os famosos casos de Peter Plogojo Witz e Arnold Paul (Paole).
1734 - A palavra vampyre entra para a língua inglesa traduzida de relatos alemães sobre as ondas de histeria vampírica européias.
1744 - O Cardeal Giuseppe Davanzati publica seu tratado Dissertazione sopre I Vampiri.
1746 - Dom Augustin Calmet publica seu tratado sobre os Vampiros, Dissertations sur les Apparitions des Anges, des Démons et des Espirits, et sur les revenants, et Vampires de Hundrie, de Bohême, de Moravie, et de Silésie.
1748 - É publicado o primeiro poema moderno de Vampiros, "Der Vampir", por Heinrich August Ossenfelder.1750 - Outra onda de histeria vampírica ocorre na Prússia oriental.1756 - A histeria do Vampiro atinge o pico na Wallachia.
1772 - A histeria do Vampiro ocorre na Rússia.
1797 - Publicação do poema de Goethe "Bride of Corinth" (poema concernente ao Vampiro).
1780-1800 - Samuel Taylor Coleridge escreve "Christabel", considerado hoje como o primeiro poema sobre Vampiros em inglês.
1800 - I Vampiri, ópera de Silvestro de Palma, estréia em Milão, Itália.
1801 - "Thalaba", de Robert Southey, é o primeiro poema a mencionar a palavra Vampiro, em inglês.
1810 - Circulam no norte da Inglaterra relatos de ovelhas com a jugular cortada e o sangue drenado. Publicação de "The Vampyre", de John Stagg, um dos primeiros poemas sobre Vampiros.
1813 - O poema de Lord Byron, "The Giaour", inclui o encontro de um herói com um Vampiro.
1819 - The Vampyre, de John Polidori, a primeira história de Vampiros em inglês, é publicada na edição de abril do New Monthly magazine. John Keats compõe "The Lamia", um poema calcado em antigas lendas gregas.
1820 - Lord Ruthwen ou Les Vampires, de Cyprien Berard, é publicado anonimamente em Paris, em 13 de junho; Le Vampire, a peça de Charles Nodier, estréia no Théâtre de la porte Saint-Martin, em Paris; agosto: The Vampire; or the Bridge of the Isles, uma tradução da peça de James R. Planché, estréia em Londres.
1829 - Março: a ópera de Heinrich Marshner, Der Vampyr, baseada na história de Nodier, estréia em Leipzig.
1841 - Alexey Tolstói publica seu conto, "Upyr", quando morava em Paris. É a primeira história moderna sobre Vampiros escrita por um russo.
1847 - Nasce Bram Stoker. Começa a longa seriação de Varney the Vampire.
1851 - A última obra dramática de Alexandre Dumas, Le Vampire, estréia em Paris.
1854 - O caso do Vampiro na família Ray, de Jewett, Connecticut, é publicado nos jornais locais.
1872 - Sheridan Le Fanu escreve "Carmilla". Vincenzo Verzeni, na Itália, é condenado por assassinar duas pessoas e por beber seu sangue.
1874 - Relatos de Ceven, na Irlanda, informam que ovelhas tiveram seus pescoços cortados e seu sangue drenado.
1888 - Editado o Land Beyond the Forest, de Emily Gerard. Vai se tornar a fonte principal de informações sobre a Transilvânia para o Drácula, de Bram Stoker.
1894 - O conto de H. G. Wells, "The Flowering of the Strange Orchid", é o precursor das histórias de ficção científica sobre Vampiros.
1897 - Drácula, de Bram Stoker, é publicado em Londres. "The Vampire", de Rudyard Kipling, se torna uma inspiração para a criação do Vampiro como um personagem estereotipado no palco e na tela.
1912 - The Secret of House N° 5, possivelmente o primeiro filme sobre Vampiros, é produzido na Grã-Bretanha.
1913 - É publicado Drácula's Guest, de Stoker.
1920 - Drácula, o primeiro filme baseado no livro, é produzido na Rússia. Não há cópias.
1921 - Cineastas húngaros produzem uma versão de Drácula.
1922 - Nosferatu, um filme mudo alemão, é produzido pela prana Films, é a terceira tentativa de filmar Drácula.
1924 - A versão de Drácula para o palco, de Hamilton Deane, estréia em Derby. Fritz Haarmann, de Hanover, Alemanha, é preso, julgado e condenado por matar mais de vinte pessoas numa orgia criminal vampírica. Sherlock Holmes tem seu único encontro com um Vampiro em "The case of the Sussex Vampire".
1927 - 14 de fevereiro: versão para o palco de Drácula estréia no Little Theater de Londres. Outubro: a versão americana de Drácula, estrelando Bela Lugosi, estréia no Fulton Theater de New York. Tod Browning dirige Lon Chaney em London After Midnight, o primeiro longa-metragem sobre Vampiros.
1928 - A primeira edição do influente trabalho de Montague Summers, The Vampire: His Kith and Kin, aparece na Inglaterra.
1929 - O segundo livro de Montague Summers, The Vampire in Europe, é publicado.
1931 - Janeiro: avant-première da versão espanhola Drácula. Fevereiro: versão americana para o cinema, Drácula, com Bela Lugosi, estréia no Roxy Theater, em New York. Peter Kürten, de Dusseldorf, Alemanha, é executado após ser julgado culpado de assassinar várias pessoas numa orgia vampírica.
1932 - Lançado o altamente aclamado filme Vampyr, dirigido por Carl Theodor Dreyer.
1936 - Lançado o filme Drácula's Daughter, pela Universal Pictures.
1942 - "Asylum", a primeira história sobre um Vampiro alienígena, de A. E. Van Vogt.
1943 - "Son of Dracula" (Universal Pictures) com Lon Chansey, Jr., como Drácula.
1944 - John Carradine interpreta Drácula pela primeira vez em Horror of Frankenstein.
1953 - Drakula Istanbula, um filme turco adaptado de Drácula, é lançado. Eerie N° 8 inclui a primeira história em quadrinhos adaptada de Drácula.
1954 - O código das histórias em quadrinhos bane os Vampiros. I Am Legend, de Richard Matheson, apresenta o vampirismo como uma doença que altera o corpo.
1956 - John Carradine interpreta Drácula na primeira adaptação para a televisão no programa Matinee Theater. Kyuketsuki Ga, o primeiro filme japonês sobre Vampiros, é lançado.
1957 - O primeiro filme italiano sobre Vampiros, "I Vampiri", é lançado. O produtor americano Roger Corman faz o primeiro filme de ficção científicas sobre o Vampiro, "Not of This Earth". "El Vampiro", com German Robles, é o primeiro de uma série de filmes mexicanos sobre Vampiros.
1958 - A Hammer Films, da Grã-Bretanha, inicia uma nova onda de interesse pelos Vampiros com o seu primeiro filme Drácula, lançado nos Estados Unidos como The Horror of Drácula. O primeiro número de Famous Monsters of Filmland assina um novo interesse pelos filmes de Horror nos Estados Unidos.
1959 - "Plan 9 From Outer Space" é o último filme de Bela Lugosi.
1961 - "The Bad Flower" é a primeira adaptação coreana de Drácula.
1962 - Fundação da Count Drácula Society, em Los Angeles, por Donald Reed.
1964 - "Parque de juegos" é o primeiro filme sobre Vampiros produzido na Espanha. "The Munsters" e "A Família Addams", duas comédias de horror com personagens vampíricos, abrem a temporada de outono na televisão.
1965 - Jeanne Youngson funda The Count Dracula Fan Club, The Munsters, baseado na série de TV do mesmo nome, é a primeira série de histórias em quadrinhos que destaca um personagem vampírico.
1966 - Dark Shadows estréia na rede ABC, na programação da tarde.
1967 - Abril: No episódio 210 de Dark Shadows, o Vampiro Barnabas Colins faz sua primeira aparição.
1969 - O primeiro número de Vampirella, a história em quadrinhos de maior duração até hoje, é lançado. Denholm Elliott faz o papel-título na série Drácula, produção televisiva da BBC. "Does Dracula Really Suck? (Drácula and the Boys)" é lançado como o primeiro filme a apresentar um Vampiro gay.
1970 - Christopher Lee estrela em "El Conde Drácula", adaptação espanhola de Drácula. Sean Manchester funda the Vampire Reserarsh Society.
1971 - A Marvel Comics lança a primeira cópia de um livro sobre Vampiros pós-Código das histórias em quadrinhos, The Tomb of Drácula. Morbius, o Vampiro Vivo, é o primeiro novo personagem introduzido após a revisão do código que permitiu o reaparecimento de Vampiros em histórias de quadrinhos.
1972 - The Night Stalker, com Davis McGavin, se torna o filme de TV mais assistido até essa data. "Vampire Kung-Fu" é lançado em Hong Kong como o primeiro de uma série de filmes de artes marciais vampíricos. "In Search of Drácula", de Raymond T. McNally e Radu Florescu, introduz Vlad, o Empalador, o Drácula histórico, ao mundo dos fãs do Vampiro contemporâneo. "A Dream of Drácula", de Leonard Wolf, complementa o trabalho de McNally e de Florescu ao chamar atenção para a lenda do Vampiro. "True Vampire of History", de Donald Glut, é a primeira tentativa de juntar as histórias de todas as figuras históricas de Vampiros. Stephen Kaplan funda The Vampire Research Center.
1973 - A versão Drácula, da Dan Curtis Productions, apresenta o ator Jack Palance num filme feito para a TV. "Vampires", de Nancy Garden, inicia uma onda de literatura juvenil para crianças e jovens.
1975 - Fred Saberhagen propõe que seja Drácula mais como herói do que como vilão em "The Drácula Tape". The world of Dark Shadows é fundada como a primeira fanzine Dark Shadows.
1976 - Publicação do livro Interview with Vampire, de Anne Rice. Stephen King é recomendado para o world Fantasy Award por seu romance Salem's Lot. Shadowcon, a primeira convenção nacional Dark Shadows, é organizada pelos fãs de Dark Shadows.
1977 - Uma nova e dramática versão de Drácula estréia na Broadway, com frank Langella. Lois Jordan faz o papel principal em Count Drácula, uma versão de três horas do romance de Bram Stoker, na TV BBC. Martin V. Riccardo funda o Vampire Studies Society.
1978 - O livro Hotel Transylvania, de Chelsea Quinn Yarbro, junta-se aos volumes de Fred Saberhager e Anne Rice como um terceiro grande esforço para iniciar uma reavaliação do mito do Vampiro durante a década. Eric Held e Dorothy Nixon fundam o Vampire Information Exchange.1979 - Baseado no sucesso da nova produção de Broadway, a Universal Pictures refilma Drácula (1979), com Frank Langella, A gravação pela banda Bauhaus de "Bela Lugosi's Dead", torna-se o primeiro sucesso do novo movimento de rock gótico. Shadowgram é fundada como uma fanzine Dark Shadows.
1980 - A Bran Stoker Society é fundada em Dublin, na Irlanda. Richard Chase, conhecido como o Drácula assassino de Sacramento, Califórnia, comete suicídio na prisão. A world Federation of Dark Shadows Clubs (atualmente Dark Shadows Official Fan Clubs) é fundada.
1983 - Na edição de dezembro de Dr. Strange, o ás ocultista da Marvel Comics mata todos os Vampiros do mundo, banindo-os assim das histórias em quadrinhos pelos seis anos seguintes. É fundado o Dark Shadows Festival para anfitriar a convenção anual de Dark Shadows.
1985 - Publicação do livro The Vampire Lestat, de Anne Rice, que alcança a lista dos best-sellers.
1989 - A derrubada do ditador romeno Nicolae Ceaucescu abre a Transilvânia para os fãs de Drácula . Nancy Collins ganha o Bram Stoker Award por seu romance Sunglasses After Dark.
1991 - Vampire: The Masquerade, o mais bem sucedido role-playing game, ou RPG, é lançado pela White Wolf.
1992 - Estréia Bram Stoker's Drácula, dirigido por Francis Ford Coppola. Andrei Chikatilo, da Rússia, é condenado à morte após matar e vampirizar cerca de 55 pessoas.
1994 - A versão cinematográfica de "Interview with Vampire", de Anne Rice, estréia com Tom Cruise no papel do Vampiro Lestat e Brad Pitt como o Vampiro Louis
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A Lenda original do vampiro

Existem lendas de vampiros desde 125aC, quando ocorreu uma das principais histórias conhecidas de vampiros. Foi uma lenda grega. Na verdade pode-se afirmar que esse tenha sido o primeiro registro por escrito, pois as origens do mito se perdem séculos e séculos atrás quando a tradição oral prevalecia. Lendas sobre vampiros se originaram no oriente e viajaram para o ocidente através da Rota da Seda para o Mediterrâneo. De lá, elas se espalharam por terras eslavas e pelas montanhas dos Carpathos. Os eslavos têm as lendas mais ricas sobre vampiros. Elas estavam originariamente mais associadas aos iranianos e à partir do século VIII é que se espalharam por terras eslavas. Quase na mesma época em que essas histórias começaram a se difundir, iniciou-se o processo de cristianização da região, e as lendas de vampiros sobreviveram como mitos muitas vezes associados ao cristianismo.

Mais tarde, os ciganos migraram para o oeste pelo norte da Índia (onde também existem um certo número de lendas sobre vampiros), e seus mitos se confundiram com os mitos dos eslavos. Os ciganos chegaram na Transilvânia pouco tempo depois de Vlad Dracula nascer em 1431. O vampiro aqui era um fantasma de uma pessoa morta, que na maioria dos casos fora uma bruxa, um mago, ou um suicida.

Vampiros eram criaturas temidas, porque matavam pessoas ao mesmo tempo em que se pareciam com elas. A única diferença era que eles não possuíam sombra, nem se refletiam em espelhos. Além disso podiam mudar sua forma para a de um morcego, os tornavam difíceis de capturar e bastante perigosos. Durante a luz do dia dormiam em seus caixões, para à noite beber sangue humano, já que os raios eram letais para eles. O método mais comum era, pela meia noite, voar por uma janela na forma de um morcego e morder a vítima no pescoço de forma que seu sangue fosse totalmente sugado. Os vampiros não podiam entrar numa casa se não fossem convidados. Mas uma vez que eram poderiam retornar quando bem entendessem. Os vampiros eslavos não eram perigosos somente porque matavam pessoas, (muitos seres humanos também faziam isso) mas também porque suas vítimas, depois de morrerem, também se transformavam em vampiros. A característica mais temida dos vampiros era o fato deles serem praticamente imortais. Apenas alguns ritos podiam matar um vampiro como por exemplo: transpassar seu coração com uma estaca, decaptá-lo ou queimar seu sangue. Esse tipo de vampiro também é o mais conhecido, por ter sido imortalizado na figura do mais famoso vampiro de todos os tempos, o Conde Drácula, de Bram Stoker.
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Um pouco sobre o vampirismo

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010.

Vampirismo é uma palavra abrangente que pode referir-se a uma antiga tradição de vampiros fundada no Antigo Egito, ou ao ato e forma de retirar a energia ou sangue de outra pessoa, de forma involuntária pelo meio de ataque vampírico, ou de forma voluntária pelo intermédio de doadores. Por alguns é considerado uma doença, mas para outros é a forma comum para adquirir o seu sustento. A versão mais tradicional e menos mediática vê o vampirismo como uma religião e sistema filosófico, sustentado por espiritualidade predatória e onde é dada uma grande ênfase à prática metafísica, cujo nome é Asetianismo.
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sábado, 23 de janeiro de 2010.
http://astaroth_darkness.zip.net/images/gotico.jpg
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Introdução a ciências ocultas

Pode-se compreender por Ciências Ocultas, as atividades e ensinamentos de fundamento místico, que, de certa forma, buscam um embasamento científico. Aparentemente, este conceito é paradoxal. Porém, a Alquimia, Astrologia, Numerologia e algumas modalidades de Magia, entre outros, podem se enquadrar nesta definição. A alquimia, por exemplo, é considerada antecessora da química moderna; enquanto fundamentos matemáticos são aplicados à Astrologia e Numerologia. Dessa forma, verifica-se que estas "Ciências Ocultas" transitam entre as bases exatas da ciência, da sabedoria e da espiritualidade ancestrais, oferecendo uma inesgotável fonte de conhecimento àqueles que se aventurarem por seus caminhos

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Ciências ocultas_Em destaque Cartomancia

Podemos compreender como Cartomancia a arte de prever o futuro através de cartas, sejam elas do baralho tradicional, tarô ou baralho cigano. Indícios da existência de jogos de carta são encontrados em várias partes do mundo: no Egito, no extremo Oriente, na Índia, no continente Americano, e até mesmo na Oceania. A referência documental mais antiga já menciona uma data posterior a passagem do primeiro milênio: um dicionário chinês, publicado no ano de 1678 cita, numa de suas passagens, que em 1120 um oficial do imperador Huei-Song ofereceu-lhe um jogo de sua própria invenção, constituído por 32 tabletes de marfim relacionados com vários temas, como o céu, a terra, o homem e a sorte.
Posteriormente as cartas apareceram na Índia onde os naipes representavam as encarnações de VISHNU (um dos principais deuses do hinduísmo). Quando os ciganos, daquele país, migraram em direção ao Ocidente levaram as cartas e a cartomancia a toda a Ásia menor e ao Norte da África. No século XVI, as cartas já eram conhecidas em toda as nações européias, se tornando uma verdadeira paixão, à qual recorriam os Reis e os Príncipes para saber o destino de seu reino.

A cartomancia têm sido há muito considerada um domínio especial dos ciganos, um povo nômade cujo folclore está repleto de lendas sobre poderes secretos e ritos mágicos. E assim como as artes milenares que eles praticam, a origem e o modo de ser ciganos permanecem encobertos pelo mistério, emaranhados em lendas e tradições. Crê-se que os ciganos tenham vivido originalmente na Índia. Mas em algum momento do século IX, eles começaram um lento deslocamento para o oeste. No início do século XV, grandes grupos de pessoas de pele morena, vestidas exoticamente, alegando serem peregrinos religiosos vindos de um país chamado Pequeno Egito, começaram a aparecer na Europa. Esses "egípcios", ou gypsies, como eles se tornaram conhecidos em língua inglesa, foram de início bem recebidos pelos simpáticos habitantes. Mas algumas tribos errantes logo ganharam má reputação, como pequenos ladrões e trapaceiros sem convicção religiosa. Considerados autoridades em assuntos ocultistas, aos ciganos foram creditados com freqüência talentos sobrenaturais para além mesmo de suas próprias crenças, e muitos negociaram com avidez seus supostos poderes com habitantes locais. Normalmente, apenas algumas moedas podiam comprar o que fosse: de ervas medicinais para dores a poções do amor e afrodisíacos. Mas foi pela prática das artes da profecia - leitura das cartas do tarô ou da borra do chá, da bola de cristal ou das linhas da mão - que os ciganos se tornaram mais conhecidos. Atualmente, a arte da Cartomancia já se expandiu, não sendo mais atribuída apenas aos ciganos, embora a sua veracidade e funcionalidade sejam ainda profundamente contestadas por grande parte da sociedade. O Baralho O baralho comum contém 52 cartas, divididas em quatro naipes (paus, copas, espadas e ouros) com 13 cartas cada. Estas 13 cartas são compostas de números de um (ás) a dez, e mais três figuras (valete, dama e rei), o que resulta também em 40 cartas referentes à números e 12 cartas referentes à figuras. Estes números permitem uma grande variedade de associações simbólicas de diferentes tipos. As 52 cartas do baralho podem ser relacionadas com as 52 semanas do ano, sendo que os naipes podem, por sua vez, serem associados às 4 estações do ano: ouros como primavera, paus como verão, copas como outono e espadas como inverno. Alguns estudiosos do tema consideram que os quatro naipes também podem ser associados aos períodos de um dia ou de uma vida, sendo atribuída a cada um deles a regência de ¼ dessas extensões do tempo. O ás de cada naipe rege a primeira semana da estação do ano a ela relacionada. O rei tem a segunda semana sob sua influência, seguida pela dama, que rege a terceira. As regências se sucedem na ordem decrescente, até o dois, que domina a última semana da estação. Os quatro naipes podem ser associados também com os quatro elementos, (fogo, água, ar e terra) aspecto crucial na cartomancia. As cartas vermelhas são geralmente associadas às características femininas, passivas, yin; as pretas relacionam-se, em geral, às características, masculinas, ativas, yang. O Tarô

O tarô possui 78 cartas, composto por vinte e um trunfos, um curinga e quatro conjuntos de naipes com quatorze cartas cada — dez cartas numeradas e quatro figuras (uma a mais por naipe que o baralho lusófono). Quando usado para fins divinatórios, cada carta é denominada de arcano, palavra que significa "segredos a serem desvendados" e foi incorporada pelos ocultistas do século XIX. Os trunfos e os curingas são conhecidos como arcanos maiores e as cinquenta e seis cartas de naipe são arcanos menores. Os significados divinatórios são derivados principal-mente da Cabala e da alquimia medieval, mas atualmente há muitas outras vertentes provenientes da Astrologia, Numerologia e outros ramos. O Baralho Cigano Este baralho foi elaborado pelos ciganos com base no oráculo mais conhecido e difundido no mundo: o Tarô. Supõe-se que os ciganos até chegaram a usar as 78 lâminas do Tarô, porém, sentiram a necessidade de terem um oráculo próprio e resolveram adaptar as 78 lâminas em 36, surgindo assim, o Baralho Cigano. Provavelmente a necessidade de se ter um oráculo próprio veio da natureza dos ciganos, que só usavam o que era deles e recusavam tudo o que fosse dos "Gadjos" (não-ciganos), pois não queriam ficar presos às idéias e símbolos que não pertenciam à sua cultura e cotidiano. Sendo assim, eles transformaram os desenhos, mudaram os significados do tarô original e puderam trabalhar com um instrumento próprio. Encontramos, basicamente, no Baralho Cigano símbolos que falam da "vida ao ar livre", própria do mesmos: a natureza, rios, árvores, animais, etc. Faz parte da tradição cigana a prática da adivinhação pelas mulheres. Normalmente elas possuem dois tipos de cartas: uma para o uso restrito ao grupo cigano, e outro para fazer adivinhação à comunidade.

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Ciências ocultas_Em destaque Numerologia

A numerologia é um ramo de estudo incluso no que é comumente conhecido por Ciências Ocultas; ou seja, a combinação de conhecimentos de ordem mística com uma fundamentação científica. Deste modo, a numerologia pode ser compreendida como o estudo da significação oculta dos números e de sua influência em aspectos da vida cotidiana, da espiritualidade, do intelecto, entre outros. A numerologia pode ter sua origem na gematria, um sistema que tem seus primeiros registros na Torá, datando de mais de três mil anos. A gematria consiste em atribuir um valor numérico às letras que compõem somente o alfabeto hebraico. O resultado da soma dos valores numéricos relacionados às letras de uma determinada palavra atribui a esta uma característica específica. Desse modo, a numerologia seria apenas uma "versão" da gematria adaptada ao alfabeto romano.

Por outro lado, a origem da numerologia pode estar nos estudos do filósofo e matemático grego Pitágoras (571/0 a.C – 497/6 a.C). Segundo o filósofo, os números são a essência física e etérea de tudo que há no universo. Os números trazem características próprias. Quando combinados ou calculados, expressam uma relação estreita e harmônica com fenômenos naturais como o ciclo das estações e movimento dos astros, ou com a harmonia musical e proporções geométricas. Entretanto, devido à biografia confusa e obscura de Pitágoras, parte de sua conceituação matemática combina-se com noções esotéricas. Por este motivo, seus pensamentos e estudos não são totalmente aceitos por pesquisadores. A numerologia também é utilizada como uma ferramenta de autoconhecimento. É possível, utilizando-se como referência uma tabela que relaciona letras a valores numéricos, realizar a soma das letras que compõem um nome próprio ou dos números de uma data específica, e assim obter um resultado que deve ser reduzido a um dígito (de 1 a 9), que expressaria individualmente "vibrações numerológicas". Ainda, em algumas tabelas, considera-se resultados compostos por dois dígitos iguais, como 11, 22, 33, etc. Também, de um modo geral, é razoavelmente comum a prática da alteração de nomes próprios com o propósito de que, sob o ponto de vista da numerologia, esta mudança produza vibrações mais favoráveis. Nestes casos, costuma-se alterar a grafia do nome, seja substituindo letras de fonética semelhante, acrescentando ou suprimindo preposições, entre outros. Porém, não é possível afirmar que haja um número com características superiores a outros. Cada número possui propriedades positivas e negativas, que podem favorecer ou dificultar o desenvolvimento de determinadas atividades, situações, profissões, relacionamentos afetivos, financeiros, etc. Abordagens Numerológicas Apesar de ser estudada e praticada há milhares de anos, a numerologia mantém uma certa unidade estrutural; isto é, não sofreu muitas transformações ao longo da história, mesmo sendo adotada por escolas e tradições esotéricas bem diversificadas. Mas, ainda, há pelo menos dois ramos de abordagem da numerologia: Numerologia Pitagórica e Numerologia Cabalística. A numerologia pitagórica baseia-se exatamente nos fundamentos matemáticos de Pitágoras. Não é considerada divinatória, mas apenas expõem tendências futuras em relação às vibrações produzidas por números. A numerologia pitagórica é mais popular devido ao fato de ser menos complexa, podendo ser praticada seguindo a orientação de tabelas. Entretanto, sua interpretação exige maior sensibilidade e experiência do praticante. A numerologia cabalística combina-se com os fundamentos da Cabala (um complexo sistema filosófico-religioso dos hebreus). A prática e a interpretação desta abordagem da numerologia exige um conhecimento prévio da Cabala. Entretanto, assim como a numerologia pitagórica, se utiliza de cálculos e relações geométricas. A numerologia cabalística busca referências no Antigo Testamento, para fundamentar sua própria origem, a importância dos números e sua relação com nomes. Por exemplo, "Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido." (Gênesis – Cap. 32 – Vers. 28). Segundo a interpretação de praticantes da numerologia cabalística, esse trecho bíblico faz uma referência clara à importância de que um nome seja alterado para que, conseqüentemente, suas vibrações numerológicas tornem-se mais positivas. Apesar de tão antiga e conhecida, a numerologia ainda não é unanimidade entre estudiosos das Ciências Ocultas. Mas, seja qual for sua abordagem, a numerologia consiste em um campo de estudo muito amplo que necessita ser seriamente explorado.
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Ciências ocultas_Em destaque Astrologia

A palavra astrologia tem origem no grego astrología e remete-se ao latim por astrologia. Numa definição acadêmica, pode se compreender a astrologia como "estudo ou conhecimento da influência dos astros, especialmente de signos, no destino e no comportamento dos homens". Porém, sob uma definição mais precisa, a astrologia é uma protociência; ou seja, uma área de estudo que ainda não possui comprovação científica, que se baseia na observação do céu e dos astros com a finalidade de prever épocas mais adequadas para o plantio, colheita e pesca, por exemplo. De modo gradativo, o conceito de previsão astrológica se estendeu além das atividades de subsistência e passou a ser utilizado também para a política, monarquia, aspectos sociais e outras áreas de interesse comum às antigas civilizações. Origem e história

A astrologia é peça fundamental da espiritualidade, arte e ciência, da maioria das civilizações da antiguidade. Em rústicas representações rupestres, é possível encontrar referências aos astros em função de prever fenômenos naturais. Até mesmo Stonehenge poderia ser um observatório astrológico. Por este motivo, torna-se impreciso especificar um período ou região que a astrologia tenha surgido. Mas, há registros históricos no Egito e na Suméria (atual Iraque) que datam de 5000 a.C. e 4200 a.C.. Uma das mais antigas referências estava na biblioteca de Assurbanipal, na Babilônia. Ainda, considera-se que a possível origem das observações astrológicas seja na civilização do Vale do Indo, na Ásia Meridional. Na China, segundo a crença, Buda, momentos antes de sua morte, convocou os animais para se despedir, mas apenas 12 compareceram e a astrologia chinesa foi fundamentada nestes 12 animais. A Índia passou a utilizá-la por volta de 1500 a.C. A astrologia dos astecas utilizava vinte signos. Os caldeus (tribo do litoral do Golfo Pérsico e componente do Império da Babilônia) já utilizavam a astrologia de um modo mais complexo. Seus estudos não se apoiavam apenas nos movimentos do Sol e da Lua, mas também de todo um conjunto de astros, seus percursos e análises matemáticas. O misterioso personagem Hermes Trimegisto (autor do livro Caibalion) era versado em astrologia. O mapa astral pessoal mais antigo remete ao ano 409 a.C.. No ano 640 a.C, na Grécia, a astrologia se popularizou com Aristóteles, Hiparco e Ptolomeu. Em Roma, era peça fundamental da estrutura social e monárquica. Mas, com a queda do Império Romano no século V e a gradativa ascensão da Igreja Católica, a astrologia foi relegada à condição de "superstição pagã". Na baixa Idade Média, a astrologia ressurgiu e se fortaleceu com o resgate da arte e filosofia da antiguidade. Nesse mesmo período, os conceitos matemáticos passaram a fundamentar o estudo da astrologia. O filósofo e teólogo alemão, Alberto Magno (1200 - 1280) potencializou o estudo da astrologia ao tentar separá-la de sua conotação pagã, atribuída desde o declínio do império romano. Tomás de Aquino (1225 - 1274) interpretou que os ensinamentos astrológicos eram complementares à doutrina cristã. Na universidade de Bolonha, em 1125, a astrologia atingiu a condição acadêmica. Na Renascença, prosseguiu seu percurso sem intervenção da Igreja. Paracelso, Copérnico, Galileu, Newton e Nostradamus foram alguns de seus ilustres pesquisadores. O teólogo Isidoro de Sevilha foi um dos primeiros a distinguir a astrologia da astronomia. Esta divisão se tornou mais nítida no século XVI. Entre os séculos XVIII e XIX, a astrologia continuou ganhando popularidade, mas caiu em descrédito quando usurpadores e charlatões passaram a aplicá-la sem recursos e conhecimento necessários. No século seguinte, com a ascensão da Sociedade Teosófica, liderada por Madame Blavatsky, a astrologia começa a reconquistar sua credibilidade. No final do século XX, é associada aos fundamentos psicológicos do suíço Carl Jung e, paralelamente, assume uma função menos voltada para a previsão e consolida-se como uma ferramenta utilizada também em técnicas psicológicas de autoconhecimento. Astrologias

Não há uma fórmula distinta a qual possa ser aplicada para a prática astrológica. Por ser um campo de estudo tão antigo e amplamente difundido, é natural que cada cultura, período histórico e praticante, desenvolvam métodos próprios. Pode-se citar como exemplo a Astrologia Chinesa, que está diretamente associada aos 12 signos do zodíaco chinês; sendo estes signos, representações de animais como o tigre, o dragão e o cavalo; além da combinação dos cinco elementos (água, madeira, fogo, metal e terra) e, obviamente, o posicionamento e o percurso de corpos celestes. Ainda, a Jyotisha (que pode ser compreendida como ciência dos corpos estelares) é variação indiana da astrologia que utiliza o conceito de Zodíaco Sideral (com a posição astronômica atual dos corpos celestes) é uma importante prática dentro do complexo conjunto do hinduísmo. A astrologia ocidental, que utiliza o Zodíaco Tropical (representando a posição astronômica no século I), é baseada no sistema da Grécia antiga e na interpretação de Blavatsky no século XX. Há também a astrologia cabalística que combina os fundamentos da astrologia oriental com a o sistema religioso-filosófico da Cabala. Entretanto, todos estão, de uma forma abrangente, solidificados sob uma mesma base: a posição e o percurso dos astros e planetas, como o Sol, a Lua e a Terra; e as relações matemáticas (trigonométricas) e geométricas entre este posicionamento e a movimentação. Esta interpretação baseia-se em três itens fundamentais: os aspectos astrológicos (relativos à trigonometria); posicionamento em relação aos signos do zodíaco e posicionamento em relação ao horizonte (neste caso, zênite e nadir; ou seja, parte superior e inferior da esfera celeste segundo o observador). A conclusão (ou resultado) da combinação destes elementos pode receber diferentes abordagens. Por exemplo, a Carta Astrológica (também conhecida por Mapa Natal e Carta Natal, entre outras denominações) é a representação gráfica desta conclusão. Uma pessoa (um país ou uma cidade, por exemplo) é estabelecida como centro de um mapa celeste circular dividido pelas 12 casas do zodíaco. A configuração astronômica no momento do "nascimento" constitui seu mapa astrológico. Através da abordagem da Carta Astrológica, que é também abordagem mais popular da Astrologia, é possível determinar características pessoais, constituição de um país, desenvolvimento de um governo, entre outros. Em outro caso, segundo a abordagem da Astrologia Eletiva, é possível determinar o momento mais adequado para iniciar um empreendimento. Mecanismo astrológico Alberto Magno interpretava que os astros não influenciavam a alma humana; porém, eram capazes de influenciar o corpo físico e a vontade. Cornelius Agrippa (suposto autor do Heptameron) interpretava o universo como uma unidade (Unus Mundus) no qual o que ocorre no mundo celestial tem impacto na esfera dos fenômenos e é intermediado pela esfera dos corpos celestes. Deste modo, a relação entre o campo de atuação dos corpos celestes e o campo de atuação humana, não é apenas uma casualidade; mas sim uma analogia ou sincronicidade. Correntes de estudo mais recentes buscam traçar uma linha de conectividade entre a astrologia, em seu "estado puro", e a comprovação científica. Desse modo, o posicionamento dos astros, data e hora de nascimento, criariam "campos eletromagnéticos" que influenciariam nas características e desenvolvimento de uma pessoa, por exemplo. Essas pesquisas utilizam métodos de estatística e probabilidade, analogia e sincronismo. Portanto, duas pessoas que nascem em condições astrais semelhantes, têm (teoricamente) as mesmas características de personalidade e tendem a seguir as mesmas profissões etc. Um paralelo entre astrologia e biologia determina uma relação entre os ciclos circadianos (período de um dia no qual, por influência da luz solar, se baseia o ciclo biológico humano). A variedade de raios cósmicos que chegam à Terra também são alvos de estudos científicos e astrológicos. Atualmente, o conceito mais amplo da astrologia já está bastante distante do que era há poucos séculos. Ainda é considerada, por alguns, como apenas uma superstição explorada com finalidades lucrativas. Porém, independentemente de sua classificação acadêmica ou de idéias superficiais, a astrologia consolida-se como uma das mais significativas vertentes de estudo e pesquisa de grupos esotéricos e uma importante ferramenta que complementa outras áreas de estudo, sejam elas científicas ou não.

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Ciências ocultas em destaque_Alquimia

O significado da Alquimia pode assumir diversas conotações de acordo com o contexto em que é aplicada e da forma como é interpretada. A alquimia pode ser considerada uma modalidade de ciência, talvez a mais antiga da história da humanidade, que originou diversas outras, inclusive a química contemporânea. Porém, não é possível classificá-la apenas como uma ciência. Isto porque, na alquimia, inclui-se diversos elementos místicos, filosóficos e metafóricos; além de uma linguagem simbólica e interpretativa. Assim, podemos classificá-la genericamente como uma antiga tradição que combina química, física, arte e ocultismo.

Por esse motivo, a alquimia também é classificada como uma ciência ou arte hermética. Neste caso, hermético é uma alusão direta ao lendário Hermes Tris- megistus e significa de difícil acesso e compreensão, reservado apenas para os Iniciados nas artes ocultas. Esta camada de incertezas relaciona-se também quando se discute a origem da palavra. Alquimia pode ser originada no vocábulo árabe kimia, que por sua vez, deriva-se da palavra egípcia keme, que significa terra negra e era uma das formas usadas para referir-se ao Egito, país onde provavelmente surgiu a alquimia. Ainda, pode-se considerar que a palavra tenha surgido da expressão árabe al khen que tem raiz grega na palavra elkimya e significa o país negro. Também cogita-se uma origem direta no grego, na palavra chyma que se relaciona à fundição de metais. Os preceitos da alquimia se encontram condensados na misteriosa Tábua Esmeralda. A esmeralda era considerada a pedra preciosa mais bela e com uma simbologia maior. Uma das características principais dos tratados alquímicos é a linguagem complexa e rebuscada na qual são redigidos. Durante a Idade Média, isto poderia ser um recurso usado pelos alquimistas para que não fossem alvo da perseguição da Santa Inquisição. Porém, também é possível que os autores tentassem ocultar as fórmulas, de modo que apenas outros alquimistas compreendessem. Símbolos e objetivos Na linguagem alquímica encontra-se associação de símbolos astrológicos com metais. O Sol, por exemplo, é associado ao ouro; a Lua representa a prata; Marte associa-se ao ferro enquanto Saturno ao chumbo. Animais (mesmo mitológicos como o dragão) e suas características também são usados para definir os elementos e as substâncias e os processos ao qual são submetidos. O unicórnio ou o veado é usado para representar o elemento terra; o peixe representa a água; pássaros fazem referência ao ar e salamandras aludem ao fogo. Ainda, o sal é normalmente representado por um leão verde. A fase de putrefação do processo alquímico é representada por um corvo. Esta simbologia alquímica é encontrada até mesmo mesclada com ícones do cristianismo medieval. Por exemplo, nas seculares catedrais góticas, há uma imensa combinação de imagens cristãs com animais, símbolos químicos e zodiacais. De forma geral, pode-se definir três objetivos básicos da alquimia. O primeiro e, conseqüente- mente, mais importante é produzir a chamada Pedra Filosofal (ou mercúrio dos filósofos, entre outros diversos nomes) que seria uma substância obtida a partir de matéria-prima grosseira. Através da Pedra Filosofal seria possível atingir os outros objetivos, que seria a transmutação da matéria (metais inferiores transformados em ouro) e produzir o Elixir da longa vida, uma espécie de medicamento universal que tornaria a pessoa que fizesse uso, imune a qualquer doença. Os sábios alquimistas ocidentais afirmavam que a obtenção de ouro foi um fracasso pela falta de concen- tração e preparação espirituais dos que realizavam as experiências. Ainda, entre os alquimistas, há uma idéia de criar vida humana de modo artificial. O homúnculo (do latim, homunculus, pequeno homem) seria uma criatura de aproximadamente 12 polegadas de altura que poderia ser criada através de sêmen humano colocado em uma retorta totalmente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias. Assim se formaria um embrião. Possivelmente, Paracelso foi o primeiro alquimista a divulgar este conceito. Porém, é provável que a verdadeira intenção dos alquimistas era promover uma profunda mutação na alma e na natureza humana. Este objetivo fica camuflado sobre fórmulas químicas e simbologias complexas. A alquimia na história Na China, a prática da alquimia estaria associada ao Taoísmo, que é o ensinamento filosófico-religioso chinês. Além da associação à filosofia védica, na Índia, por volta do ano 1000 a.C., que apresenta semelhanças com alguns fundamentos alquímicos. No Egito antigo, era considerada obra do deus Thoth (divindade associada à Hermes Trismegistus. Ainda no Egito, na cidade de Alexandria, a alquimia recebeu influência da filosofia neoplatônica, que se baseia no conceito de que a matéria, apesar de múltiplas aparências, é formada por uma substância única. Esta seria a justificativa para a transmutação almejada pelos alquimistas através da fusão dos quatro elementos fundamentais da Antigüidade: fogo, ar, água e terra. De qualquer forma, a alquimia floresceu realmente a partir de meados do século VII, quando os povos árabes invadiram o Egito. Assim, o acervo de escritos alquímicos foram traduzidos para os idiomas árabes e sírio. Aproximadamente 300 anos depois, em meados do século X, os mulçumanos introduziram a alquimia no continente europeu, mais precisamente, através da península ibérica, na Espanha.

No século XIII, o conceito de quatro elementos primitivos e geradores da natureza (água, fogo, terra e ar), foi substituído pela idéia de que havia apenas três elementos básicos: mercúrio, enxofre e sal. O alquimista árabe Abu Musa Jabir ibn Hayyan al Sufi (conhecido como Geber) concluiu que os metais eram gerados no interior da Terra e compostos de mercúrio e enxofre. Acreditava-se que ouro e prata eram compostos de mercúrio e enxofre em sua forma pura. Enquanto os outros metais eram formados com enxofre impuro. Dessa forma, concluiu-se que, se através de um processo adequado, fosse possível "purificar" o enxofre, este poderia facilmente ser transmutado em ouro. No ano de 1525, surgiu uma espécie de "escola de químicos" fundada por Paracelso. A Iatroquímicos (iatros, do grego, médico) tinha como objetivo principal encontrar um meio de que a humanidade se tornasse totalmente imune às doenças naturais. Porém esta causa poderia também ocultar a intenção de encontrar o chamado Elixir da longa vida. Foi também entre Paracelso e os iatroquímicos que surgiu o conceito de quintessência, que neste caso, seria equivalente ao "elemento divino". Entre os alquimistas mais célebres da história, destacam-se Tomás de Aquino, Paracelso, Nostradamus, Nicolas Flamel e Francis Bacon. Além do lendário Conde de Saint Germain, que teria encontrado a Pedra Filosofal e o Elixir da longa vida. A alquimia medieval é a responsável pelas bases da química moderna. Além disso, os alquimistas contribuíram imensamente com a medicina contemporânea e deixaram como legado de alguns procedimentos que são utilizados até hoje, como o "banho-maria" (em alusão à alquimista conhecida como Maria, a Judia). Porém, a maior influência da alquimia encontra-se nas ciências ocultas ocidentais agindo diretamente na sabedoria e natureza humana.

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Um pouco sobre os seres misticos_Em destaque os Anjos

A palavra Anjo (do grego Angelus e do latim Angelu) de forma geral, significa mensageiro ou emissário. No entanto, mais do que o significado puro da palavra, os anjos têm uma presença imensamente importante na religiosidade de diversas culturas. Sob uma análise mais ampla, anjos são entidades espirituais incumbidas de conduzir a palavra e a vontade divina entre os seres humanos. São imortais, dotados de inteligência superior ao intelecto do homem, possuem vontade e personalidade própria. No período histórico que corresponde à Antiguidade, entre civilizações pré-cristãs, já são encontradas alusões à seres de origem divina que trazem uma conotação muito próxima da que atualmente é atribuída aos anjos. Esta acepção está freqüentemente associada à diversas religiões, embora seja mais comum e difundida no cristianismo. Os anjos estão presentes dentro de algumas doutrinas esotéricas, sendo possível, através de rituais específicos, estabelecer um canal de comunicação com estas criaturas e potencializar suas influências sobre atividades cotidianas do homem. No Espiritismo, os anjos são considerados "espíritos desencarnados" que se comunicam com o mundo físico. Na astrologia, os planetas estão associados aos anjos, como por exemplo, Miguel está relacionado ao Sol, Gabriel à Lua e Samael ao planeta Marte. Nas tradições orientais, os anjos são comumente representados vestindo túnicas esvoaçantes. Entre os tibetanos há a crença de anjos chamados de Dakas e anjos do sexo feminino chamadas de Dakinis.

Na tradição judaico-cristã os anjos foram criados por Deus para agirem diretamente sobre a terra e conduzir a mensagem divina. Também assumem um caráter combativo ao portarem "espadas de fogo" e colocarem-se como guardiões do Reino do Céu. Tanto no antigo como no novo Testamento há diversas citações sobre anjos. Como exemplo, as passagens de Maria e o Anjo Gabriel e o episódio da tentação de Cristo no deserto. No livro de Lucas (Cap. I) o Anjo Gabriel dirige-se à Maria: "E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo" e "Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus". No episódio da Tentação de Jesus, (Matheus - Cap. VI - Versículo IV) o demônio persuade Cristo: "e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra." Ainda, sob uma abordagem cristã, mas já combinada com o sincretismo popular, há os chamados "Anjos da Guarda", que seriam "anjos pessoais" que cada ser humano teria ao seu lado com a função de protegê-lo e guiá-lo. No entanto, anjos não trazem apenas idéias positivas. Como exemplo, Lúcifer, em sua origem, também era um anjo que se rebelou contra a onipotência divina e, por este motivo, foi expulso do Reino do Céu. Hierarquia Angelical Entre os anjos haveria uma espécie de hierarquia distinta entre classes e funções. Sendo assim, são nove ordens compostas por Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potências, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos, divididas em três grupos: Primeira Tríade Formada por "anjos de existência superior" que têm íntimo contato com Deus e dedicam-se a adorar seu criador. Nesta primeira tríade encontram-se os Serafins, Querubins e Tronos. Os Serafins (do hebreu queimar ou consumir) são responsáveis por assistirem ao trono divino. Os Querubins (do hebraico Chérub, que pode ser interpretado como plenitude de sabedoria e ciência) são seres que detêm o conhecimento e atuam como mensageiros de Deus. Os Tronos são os guardiões do planeta e têm a missão de auxiliar outros anjos de ordens inferiores. Segunda Tríade Composta por Príncipes da Corte Celestial que se dividem em Dominações, Potências e Virtudes. Os anjos da classe Dominações são responsáveis pela observação do cumprimento das ordens de Deus por parte de outras classes angelicais. Atribuem aos outros anjos funções específicas e atuam como elemento de integração entre os mundos materiais e espirituais. Os anjos pertencentes à classe Potência são responsáveis pela proteção dos animais e são capazes de operar milagres. Dentro desta classe há os anjos responsáveis pelo nascimento e morte humana. Virtudes é a terceira classe desta tríade e é responsável pela eliminação dos obstáculos naturais que interferem no cumprimento da vontade divina. São portadores e condutores de bênçãos que se refletem em milagres. Terceira Tríade A Terceira Tríade angelical é responsável pela condução dos caminhos dos homens e das nações. Este grupo é formado por Principados, Arcanjos e Anjos. Os Principados são responsáveis pela guarda dos países e das cidades, reinos e províncias; além da fauna e flora da Terra. Os Arcanjos são aqueles que servem à Deus e aos homens. São responsáveis por vários aspectos da existência humana, como a sabedoria e os bons relacionamentos. Os Arcanjos também são encarregados de enfrentar diretamente as legiões demoníacas. Os Anjos são os que estão mais próximos da humanidade e zelam pelo bom desenvolvimento do homem na Terra. São responsáveis diretos pelo auxílio dos seres humanos em atividades cotidianas, incluindo necessidades do plano material. É nesta classe que se encontram os populares Anjos da Guarda. Iconografia Angelical Apesar de serem representados artisticamente desde as primeiras civilizações, a imagem dos anjos tornou-se muito mais freqüente na Idade Média. Neste período, sob forte influência da Igreja Católica, os anjos deixaram de ser apenas uma idéia presente no imaginário popular e um elemento da religiosidade, para adquirirem cores nas telas e gravuras medievais e ganharem formas físicas nas esculturas que compõem as catedrais góticas. Nestes casos, geralmente, o Anjo é representado como uma criança ou um belo jovem. Em ambas as situações são atribuídas asas de pássaro e uma auréola sobre a cabeça. Estes elementos simbolizam valores morais como inocência, santidade e bondade. Ainda, na arte cemiterial, os anjos são freqüentemente encontrados não apenas como um ornamento funerário, mas principalmente com um simbolismo próprio que pode representá-los como um mensageiro de Deus, como aquele que conduz o falecido ao Reino Divino ou como a ressurreição do espírito, entre outros. Entretanto, mais do que as representações artísticas, os anjos têm um papel fundamental na psique humana. A crença em seres superiores que acompanham os homens e os conduzem por toda sua vida funcionando como um elo entre o divino e o humano, auxilia no desenvolvimento e fortalecimento da fé, gerando um conforto psicológico e espiritual.

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Um pouco sobre seres misticos_Em destaque os Demonios

Segundo registros, a palavra demônio tem origem no grego daimónion e pelo latim daemoniu, e significa "gênio inspirador, bom ou mau, que presidia o caráter e o destino de cada indivíduo, alma, espírito. Nas religiões judaica e cristã, anjo mau que, tendo-se rebelado contra Deus, foi precipitado no Inferno e procura a perdição da humanidade; gênio ou representação do mal".

Em paralelo e intrinsecamente associado aos demônios, há a conotação sobre o inferno; que, através de uma definição cristã bastante genérica é "lugar ou situação pessoal em que se encontram os que morreram em estado de pecado, expressão simbólica de reprovação divina e privação definitiva da comunhão com Deus". Desse modo, o inferno pode ser compreendido não como um ambiente de localização geográfica, mas de natureza espiritual onde habitam os demônios. Também, a alma dos mortos que, por penitência imposta pela divindade devido a uma vida de pecados, atravessam a eternidade sendo martirizadas pelo fogo e pelas angústias espirituais. Na Bíblia, encontram-se citações como "Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus" (Salmos – 9:17) e "E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras" (Apocalipse – 20:13). Entretanto, a conotação cultural dos demônios e o conceito de inferno são muito mais profundos e complexos, estando presente na espiritualidade de diversas civilizações desde a antiguidade, se desenvolvendo, solidificando e perpetuando-se no consciente coletivo até os dias de hoje. Luz & Trevas A dualidade entre bem e mal, céu e inferno, Deus e diabo, luz e trevas é primordial nas doutrinas e crenças de vários povos. Uma vez que é através desta bipolaridade que se permite desenvolver outros princípios básicos como a busca de um ponto de equilíbrio existencial ao indivíduo e os frequentes combates entre estas forças; ou seja, uma conjunção entre poderes distintos, de criação e destruição capazes de dar origem ao universo. Este preceito pode ser observado, por exemplo, em Baal, a divindade mesopotâmica da fertilidade e do furacão (como uma metáfora de vida e destruição). Da mesma forma que a idéia de dois mundos distintos, um bom e um mal que caracteriza Céu e Inferno, surge da combinação das culturas de persas e caldeus. Demônios na Antiguidade Os primeiros registros culturais sobre a existência destes seres encontram-se nas civilizações da Mesopotâmia, Persa e Egito. Neste momento, catástrofes naturais, doenças e guerras já são atribuídas a estas criaturas. Ainda, acreditava-se que desertos e florestas seriam ambientes propícios aos demônios e as habitações que não estivessem devidamente protegidas estariam vulneráveis à sua ação maligna. Nas doutrinas espíritas, os demônios simplesmente não existem; pois, sua existência seria contra a própria natureza divina de amor e bondade. No entanto, aceita-se que espíritos em estado de evolução ainda bastante primitivo; ou seja, aqueles que ainda não atingiram uma elevação suficiente para libertarem-se do mundo profano e mantém-se imersos em ignorância espiritual, possam assumir uma condição maléfica e influir negativamente no processo natural de evolução humana; sendo assim, associados aos demônios.

No ponto de vista judaico-cristão, que é certamente o mais difundido, os demônios são anjos de natureza divina que se rebelaram contra a própria criação. Neste aspecto, Lúcifer é a entidade mais conhecida e considerada superior as outras classes hierárquicas do panteão demoníaco. Sendo também considerados criaturas malignas que interferem diretamente na exis-tência humana provocando enfermidades, catástrofes naturais, desarmonia e infligindo-lhes tentações com intuito de desviá-la do caminho divino. Ainda, aceita-se a idéia de que estes seres possam tomar posse do corpo físico de cada indivíduo e influenciá-lo negativamente (conhecida como possessão demoníaca). Neste caso, faz-se necessário o uso do exorcismo como meio de expulsar o espírito do corpo tomado. A própria Bíblia cita "Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele homem; pois já havia muito tempo que o arrebatava. E guardavam-no preso, com grilhões e cadeias; mas, quebrando as prisões, era impelido pelo demônio para os desertos" (Lucas – 8:29); e "E, quando vinha chegando, o demônio o derrubou e convulsionou; porém, Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai" (Lucas – 9:42). Em práticas ocultistas é comum o exercício de conjuração demoníaca com o objetivo de que estes seres se submetam à vontade do magista de modo a proporcionar-lhe "vantagens" na vida cotidiana. Entretanto, obviamente, é estabelecido um pacto de troca no qual o conjurador compromete-se a "pagar" ao demônio com um sacrifício ou, como é conhecido popularmente, "vendendo a própria alma". Demônios Medievais Na Idade Média, mais precisamente no período conhecido como Baixa Idade Média, a própria Igreja Católica, através da intolerância religiosa que tinha os tribunais inquisitórios como mais eficiente instrumento de repressão, colaborou com o fortalecimento da imagem dos demônios atribuindo a adoração às divindades pagãs ao culto demoníaco; da mesma forma que enfermidades que não podiam ser diagnosticadas eram relacionadas à ação diabólica. Curiosamente, o Bispo de Tusculum, em 1273, concluiu que 133.306.668 de anjos, durante nove dias, se rebelaram contra o Criador, na Guerra do Paraíso. Em 1460 este número foi confirmado pelo Bispo espanhol Alphonsus de Spina. O apócrifo Livro de Enoque afirma que 200 anjos copularam com filhas dos homens e geraram uma raça de gigantes conhecida como Nephilim. O Talmude (registro principal do judaísmo rabínico) estipula uma população demoníaca de 7.405.926 criaturas. No entanto, ainda no período medieval, havia uma questão existencial em relação à natureza do bem e mal que a própria Igreja protagonizava: se Deus, criador do universo, é essencialmente bom, porque permitira que suas próprias criaturas angelicais fossem tomadas pela vaidade e orgulho, a ponto de rebelarem-se e tornarem-se representações do mal? Santo Agostinho respondeu a questão com o argumento do livre-arbítrio, no qual, quanto mais próxima a criatura estiver de Deus, (anjo ou homem), maior é seu poder de discernimento; podendo assim optar em seguir o caminho divino ou renegá-lo em virtude da trilha demoníaca do mal. Demonologia Da mesma forma que a angelologia estuda a natureza e a ação angelical, a demonologia ocupa-se do estudo relativo aos demônios. Sua origem pode ser associada ao pensamento de São Tomas de Aquino que, no século XIII, potencializa a figura demoníaca a partir da iconografia pagã que se utiliza da junção física de homem-animal para representar suas divindades. Neste caso, o bode, animal tido como símbolo de fertilidade, cede patas e cornos para a arte medieval representá-lo como personificação do mal. Neste momento, a figura de Satã é delineada claramente como o Anti-Cristo. Assim, estabelece-se uma espécie de hierarquia demoníaca e uma classificação que é definida por "funções e poderes" de cada criatura. Encontra-se, por exemplo, referências aos Súcubos e aos Íncubos, que seriam, respectivamente, demônios de natureza feminina e masculina capazes de transmutar sua "aparência física" com o objetivo de manter relações sexuais com seres humanos durante o sono. Ainda, a expressão legião é usada na literatura ocultista (e inclusive na própria bíblia) para se referir a um grupo de demônios: "E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos" (Marcos – 5:9). Demônios Modernos Na transição entre os séculos XV e XVI, com o advento do Renascimento e do Iluminismo, alguns aspectos da espiritualidade humana foram subjugados em detrimento do progresso científico. Assim, a figura do demônio, inferno, dualidade e outros elementos que fundamentavam as crenças da Antiguidade e Medieval, também ficaram esquecidos. Entretanto, sua imagem se difundido imensamente na cultura e nas artes ocidentais, como Mefistófeles em Fausto, de Goethe e Satã em Macário, de Álvares de Azevedo. Em cada uma das aparições, o demônio traz características distintas, ora hostil e agressivo; ora lúcido e irônico. Já em meados do século XX, com início do movimento New Age, ressurgimento de algumas crenças pagãs e a propagação de doutrinas orientais, o demônio ressuscitou como um "objeto de estudo" e tornou-se alvo de adoração por seitas como Satanismo e Luciferianismo; porém, através de perspectivas bem particulares, não tendo necessariamente uma relação com princípios históricos e culturais.
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Um pouco sobre os seres misticos_Em destaque os elementais

Também conhecidos por Espíritos da Natureza, os Elementais podem ser compreendidos, sob uma definição laica, como seres (criaturas físicas ou espirituais) que habitam os quatro reinos da natureza (água, fogo, terra e ar) e podem exercer influência sobre os seres vivos. O fundamento que conceitua e aborda a existência de seres da natureza teria origem no Bramanismo, antiga filosofia religiosa da Índia, antecessora do hinduísmo. Do mesmo modo, desde as primeiras civilizações surgidas, há referências sobre seres oriundos e habitantes da própria natureza. Na Grécia, Roma, Egito, China e Índia, acreditava-se na existência de seres que habitavam as águas, o ar, o fogo e a terra. Os gregos antigos referiam-se a estes seres como daemon (demônios). Entre os romanos, eram chamados de Genius Loci (Gênio Local) e eram alvos de adoração pela qual erigiam-se templos. Mesmo no folclore brasileiro, alguns

personagens (como a Caipora e Mãe-d’água) possuem

características comuns aos elementais. A palavra elemental pode significar mente de Deus. Sendo assim, a origem destes seres poderia também estar diretamente associada a Deus. Neste caso, seriam "emanações" diretas da entidade criadora, que foram lançadas na Terra e encontram-se em processo constante de aprimoramento espiritual e moral. Ainda, antigas tradições afirmavam que todos os elementos da natureza possuem um "princípio inteligente". Deste modo, os elementais seriam diferentes. Há alguns pontos curiosos sobre as lendas que circundam os elementais. Um ponto interessante é que mesmo pertencendo a reinos distintos, de modo que um não tenha possibilidade de penetrar nos outros reinos, os elementais poderiam travar verdadeiras batalhas entre si em "campo neutro"; ou seja, o mundo físico em que vive o ser humano. Os antigos acreditavam que, por exemplo, quando um raio atingia uma montanha, era um sinal de que elementais do ar atacavam elementais da terra. Ainda, uma mulher que gere uma criança sem que tenha ocorrido a copulação, terá este fato atribuído à ação dos elementais. Através de um ponto de vista moderno, a crença na existência dos elementais pode não encontrar espaço e relevância. Embora, em diversas citações de notáveis da história da humanidade, há várias referências, como os filósofos Sócrates e Platão, o escultor renascentista Benvenuto Cellini, Santo Antônio, Napoleão Bonaparte e Sheakespeare. O Alquimista e os Gnomos Paracelso, em toda sua extensa obra, fez várias citações diretas a respeito dos elementais. O alquimista teria tomado conhecimento e interessado-se pelo tema em suas viagens ao oriente. Segundo ele, os quatro elementos originais do universo eram constituídos de dois princípios distintos: um metafísico (sutil e vaporoso) e outro físico (substância corporal). Os elementais seriam seres compostos do primeiro princípio, uma substância conhecida por éter. De outro modo, os corpos dos elementais são constituídos de uma matéria trans-substancial; que, em momento algum, se assemelha ao corpo físico dos homens. Ainda, segundo Paracelso, "os Elementais não são espíritos porque têm carne, sangue e ossos; vivem e se reproduzem; eles falam, agem, dormem, acordam e, conseqüentemente não podem ser chamados, propriamente, espíritos. Estes seres ocupam um lugar entre Homens e Espíritos, são semelhantes a ambos; lembram homens e mulheres em sua organização e forma, e lembram espíritos na rapidez de sua locomoção"; ainda "Os Elementais possuem habitações, roupagens, costumes, linguagem e governo próprios, no mesmo sentido que as abelhas têm suas rainhas e os bandos e/ou comunidades animais têm seus líderes" (Philosophia Occulta – Tradução de Franz Hartman). O alquimista medieval ainda afirma que os elementais não são imortais. Sua longevidade estaria entre 300 e 1000 anos. Ao morrerem, se desintegram e retornam a substância da qual se originou. Os elementais pertencentes ao plano terrestre têm uma probabilidade menor de vida; enquanto os elementais do ar tendem a viver por um período maior. Os seres humanos, por não disporem de total desenvolvimento de suas capacidades psíquicas e espirituais, não seriam capazes de ver ou se relacionar diretamente com os elementais. Os reinos dos elementais Segundo Paracelso, os elementais dividem-se em quatro "categorias" distintas, sendo que cada uma está associada a um reino da natureza. Em outras interpretações, os elementais também estão associados a um ponto cardeal e a um dos quatro principais signos do zodíaco; sendo os gnomos ao norte e ao signo de Touro, ondinas ao oeste e ao signo de Escorpião, salamandras ao sul e ao signo de Leão e silfos ao leste e ao signo de Aquário. Na citação direta de Paracelso: "habitam os quatros elementos: Ninfas, na água; Silfos, no ar; Pygmies, da terra e Salamandras, no fogo. São também chamados Ondinas, Silvestres, Gnomos e Vulcanos. Cada espécie somente pode habitar e locomover-se no Elemento ao qual pertence e nenhum pode subsistir fora do Elemento apropriado. O Elemento está, para o Elemental, como a atmosfera está para o Homem; como a água para os peixes e nenhum deles sobrevive em elemento pertencente à outra classe. Para o Ser Elemental o Elemento no qual ele vive é transparente, invisível e respirável, como a atmosfera para nós mesmos" (Philosophia Occulta – Tradução de Franz Hartman). Gnomos Os gnomos são os elementais correspondentes ao reino da terra e subdividem-se em duas classes: os Pygmies e uma segunda classe denominada Espíritos das Árvores e das Florestas que abrange os silvestres, os sátiros, os pans, as dríades, hamadríades, durdalis, elfos e os duendes. Os Pygmies atuam com pedras preciosas e metais que inclui o corte dos cristais de rocha e o desenvolvimento dos veios minerais. São guardiões de tesouros ocultos e habitam cavernas e subterrâneos que as antigas tradições escandinavas denominavam Land of the Nibelungen (Terra dos Nibelungos). Os Espíritos das Árvores e das Florestas estão associados a elementos da natureza terrena de um modo geral, como as Hamadríades que nascem e morrem com as plantas ou árvores das quais fazem parte. De um modo mais abrangente, os elementais pertencentes ao reino da terra e à vida vegetal, atuam na própria criação e proteção dos indivíduos, rejeitando nutrientes, preservando as sementes, entre outras atividades. Há uma organização social formada por famílias de gnomos e uma hierarquia encabeçada por um rei. Sobre seu comportamento, alguns autores afirmam que são seres hábeis, inteligentes e amigáveis ao ser humano. Outras fontes asseguram que podem ser extremamente maldosos. Entretanto, em qualquer situação, após conquistar sua confiança, o gnomo torna-se solícito e cooperativo. Seriam, ainda, excelentes companheiros para auxiliar no sucesso de tarefas mágicas, desde que estas fossem realizadas com propósitos benéficos. Caso contrário, ao perceber más intenções e sentir-se traído, o elemental volta-se contra o mago. Ondinas

As ondinas são os elementais pertencentes ao reino da água. Por uma associação natural do simbolismo da água ao pólo feminino da criação, os seres deste reino são comumente representados como mulheres. Há diversas classes de ondinas, como oreades, nereidas, náiades e as mais populares sereias. Estando cada classe relacionada a uma situação determinada, como rios, lagos, cachoeiras e oceanos. As ondinas são capazes de interagir livremente com criaturas aquáticas. Em seu aspecto "físico", uma ondina possui o dorso de uma mulher e os membros inferiores substituídos por uma cauda de peixe. Embora, eventualmente, possam trans- figurar-se provisoriamente em humano e conviver normalmente entre os homens. Relatos sobre ondinas (geralmente classificadas como sereias) que emitem um canto hipnótico e atraem marinheiros às profundezas das águas são comuns em diversas culturas. Em seu comportamento, são consideradas seres emotivos e amigáveis com o homem, a ponto de servir aos humanos. Salamandras As salamandras estão relacionadas ao fogo. De acordo com as crenças dos místicos medievais, não há fogo ou calor sem que as salamandras atuem. Entre os elementais, são consideradas as mais poderosas e menos amistosas ao homem. Do mesmo modo que os outros elementais, as salamandras estão subdivididas em classes. A mais conhecida destas classes e denominada Acthnici. Sobre estes seres, Paracelso diz que "salamandras têm sido vistas de diversas formas desde bolas de fogo até línguas de fogo, correndo sobre os campos ou espreitando nas casas". Outras crenças atribuíam aparições de salamandras em uma forma esférica flutuando pela noite acima das águas; também como forquilhas de chamas sobre os rebanhos de ovelhas (esta segunda situação é conhecida como o Fogo de Santelmo). Seu aspecto assemelha-se à lagartos. Ainda, para que um humano possa conectar-se com estes seres, eram fabricados incensos que, através da fumaça produzida, estes elementais poderiam se manifestar. Silfos Os silfos pertencem ao quarto reino da natureza, o ar. Porém, o ar (como elemento) referido não é a atmosfera propriamente dita, e sim uma substância muito mais sutil e intangível ao homem. Entre os silfos, enquadram-se as conhecidíssimas Fadas. Era comum a crença de que estes seres habitavam o cume das mais altas montanhas da Terra ou as nuvens. Segundo as antigas crenças, os silfos têm por função modelar os cristais de gelo para que transformem-se em flocos de neve. Sua longevidade atingia em torno de 1000 anos e teriam a capacidade de transmutar temporariamente sua aparência de modo a se assemelharem aos humanos. Seu comportamento é alegre, volúvel e excêntrico. Elementais & Culturas Sob o ponto de vista dos primeiros anos do cristianismo, todas as classes de elementais foram reunidas e consideradas como daemon (demônios). Por conseqüência, a estes seres foi atribuída uma imagem negativa que, em alguns casos, permanece atualmente. Elementais também foram confundidos com Súcubos e Incubos. Há um registro interessante, atribuído a São Jerônimo, de um sátiro (elemental pertencente ao reino da terra) que havia sido capturado durante o reinado do imperador romano Constantino. Esta criatura seria fisicamente semelhante a um humano; entretanto, possuía chifres e pés de caprinos. O sátiro, após a morte, teria tido seu corpo preservado em sal e sido entregue ao imperador. As tradições pagãs européias promoviam rituais para conectar-se com os elementais de modo que estes pudessem intervir na prosperidade das colheitas. Sob a análise da angelologia, os elementais seriam formas inferiores de anjos. Do mesmo modo que os anjos atuam conduzindo a energia criadora sobre os homens, os elementais seriam responsáveis pela condução desta energia e direcioná-la aos reinos minerais, vegetais, etc. No início do século XX, precisamente em 1917, duas crianças inglesas, Frances Griffiths e Elsie Wright, apresentaram fotografias nas quais, supostamente, brincavam com fadas em um bosque na região em que moravam. A farsa foi dissolvida apenas no início da década de 80, quando as mesmas garotas, já idosas, confessaram: as fadas haviam sido feitas de papel e presas por alfinetes. Atualmente, os elementais estão fortemente associados a doutrinas esotéricas bastante diversificadas entre si, e a imagem de gnomos e fadas tornou-se quase um arquétipo no ocidente. É possível, aos mais céticos, negar a existência destas criaturas; entretanto, não é possível ignorar a significância e profundidade da influência que os elementais exercem em diversos aspectos culturais das sociedades ao longo dos tempos.
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Um pouco sobre os seres misticos_Em destaque o Vampiro

A palavra Vampiro surgiu por volta do século XVIII. Tem origem no idioma sérvio como Vampir, e sua forma básica é invariável nos idiomas tcheco, russo, búlgaro e húngaro. Lendas oriundas da Eslováquia e da Hungria, estabelecem que a alma de um suicida deixava seu sepulcro durante as noites para atacar os humanos, sugava o sangue e retornava como morcego para o túmulo, antes do nascer do sol. Assim, suas vítimas também tornavam-se vampiros após a morte. As civilizações da Assíria e Babilônia, também registram lendas sobre criaturas que sugavam sangue de seres humanos e animais de grande porte. Outros mitos pregam que as pessoas que morrem excomungadas, tornam-se mortos-vivos vagando pela noite e alimentando-se de sangue, até que os sacramentos da Igreja os libertem. Crianças não-batizadas, e o sétimo filho de um sétimo filho também se tornariam vampiros.

O lendário Livro de Nod narra a origem dos vampiros. Além de A Crônica das Sombras revelando os ensinamentos ocultos de Caim; e A Crônica dos Segredos que revela os mistérios vampíricos. A tradição judaico-cristã, prega a origem dos vampiros associada aos personagens bíblicos Caim e Abel. Como é descrito no Livro de Nod, Caim foi amaldiçoado por Deus pelo assassinato de seu irmão, Abel. Os Anjos do Criador foram até ele exigir que se redimisse. Orgulhoso, recusou-se e acatou as punições impostas pelos Anjos. A partir deste momento, Caim via-se condenado a solidão e vida eterna, temendo o fogo e a luz, longe do convívio dos mortais. Caim foi anistiado por Deus após sofrer durante uma era inteira. De volta ao mundo terreno dos homens, fundou e fez-se rei da primeira cidade chamada Enoque. Mas ainda temia a luz, o fogo, e a solidão da eternidade. Passado-se muitos anos de prosperidade em Enoque, Caim ainda sentia-se só devido a sua imortalidade. Abatido e desmotivado, acabou por cometer outro grande erro: gerou três filhos, que posteriormente geraram outros. Seguiram-se tempos de paz até que chegou o grande dilúvio e lavou toda a Terra. Na cidade de Enoque, sobreviveram apenas Caim, seus filhos, netos e uns poucos mortais. Caim recusou-se a reconstruir a cidade, pois considerava o dilúvio um castigo divino por ter subvertido as leis naturais e gerado seres amaldiçoados como ele. Assim, sua prole reergueu Enoque e assumiu o poder perante os mortais. Após um período de paz e prosperidade, os sucessores de Caim passaram a travar batalhas entre si. A autoridade dos governantes foi revogada, e tanto os mortais como os membros da prole sentiam-se livres para fundar outras cidades e tornar seu próprio rei. Dessa forma, os imortais ascendentes de Caim, espalharam-se por toda a Terra. Nesta versão da origem dos vampiros, vimos que tudo teve início com uma maldição divina atribuída a Caim, e depois herdada por sua prole. Porém, torna-se muito difícil estabelecer um limite entre os fatos e as lendas que circundam o mito vampírico, já que boa parte destas informações confunde-se entre os relatos e pesquisas históricas coerentes, com a ficção dos filmes e RPG’s. Na lenda de Caim, a conotação do termo Vampiro ainda está ligada apenas ao sentido de imortalidade, solidão e aversão a luz. A relação estabelecida entre a longevidade e a sede pelo sangue (que caracteriza a imagem mais comum dos vampiros), deve-se possivelmente, a personagens lendários que viviam anos incalculáveis alimentando-se de sangue humano, após terem firmado supostos pactos com entidades malignas. Outras versões são encontradas em diferentes culturas, e todas combinam fatos históricos com a crendice regional. Portanto, a maior parte dos povos possui uma entidade sobrenatural que alimenta-se de sangue, imortal e considerada maldita. O mito do vampiro é um ponto comum entre várias civilizações desde a Antigüidade.

Uma das maiores referências do mito vampírico é o sanguinário Vlad Tepes (ou Vlad III), que existiu realmente no século XV na Transilvânia. Porém, ele governou apenas a Valáquia, que era uma região vizinha. Apesar da crueldade extrema com os inimigos, Vlad III não possuía nenhuma ligação com os vampiros. O termo Drácula (Dracul, originalmente significa Dragão) foi herdado de seu pai, Vlad II, que foi cavaleiro da Ordem do Dragão. Provavelmente, a confusão se deu através da semelhança entre os termos Drache, que era o título de nobreza atribuído à Vlad II, e Drac que significa Diabo. A relação entre Vlad III e o mito vampírico foi dada pelo escritor Bram Stocker. O autor de Drácula inspirou-se (provavelmente) nas atrocidades cometidas por Vlad III, e as incorporou em seu personagem principal. A partir deste momento, Vampiro e Drácula tornaram-se praticamente sinônimos na literatura e nas crenças populares. No Brasil também encontra-se mitos relacionados aos vampiros e outros seres semelhantes. Neste caso, os registros entrelaçam-se com o rico folclore das várias regiões do país. Desde os centros urbanos, até as áreas menos desenvolvidas do Brasil, é comum ouvir-se relatos dos ataques sanguinários de criaturas que perambulam pelas madrugadas. Na maioria das vezes, essas histórias assemelham-se muito com as lendas européias. Na mitologia indígena existe o Cupendipe, que apesar de não possuir a sede de sangue caracterizada pelos vampiros, possui asas de morcego, sai de sua gruta apenas durante a noite e ataca as pessoas usando um machado. No nordeste brasileiro conta-se a história do Encourado. Um homem de hábitos noturnos, que usa trajes de couro preto, exalando um odor de sangria. O Encourado ataca animais e seres humanos para sugar-lhes o sangue. Prefere as pessoas que não freqüentam igrejas. Porém, os habitantes das cidades por onde o Encourado passa, oferecem-lhe o sacrifício de criminosos, crianças ou animais de pequeno porte. Em Manaus, há relatos da presença de uma vampira que atacava os moradores, sugando o sangue através da jugular e deixando marcas de dentes em sua vítimas, exatamente como é contada nos cinemas. Após os ataques, a vampira corria em direção a um rio e transformava-se em sereia, desaparecendo na água. A Vampira do Amazonas possui a capacidade de transmutar-se e força física descomunal. Em maio de 1973 no município paulista de Guarulhos, foi encontrado o corpo de um rapaz com as perfurações características em seu pescoço. Esse é apenas um exemplo da hipotética ação de vampiros em zonas urbanas. Neste caso, os relatos transcendem a fronteira da boataria e do folclore.

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