Vampiros na poesia

domingo, 31 de janeiro de 2010.
Os poetas alemães foram os responsáveis por introduzir os vampiros na literatura. O poema "Der Vampir", de 1748, escrito por Heinrich August Ossenfeld, é considerado o primeiro texto literário a tratar do tema vampiro. "Lenora", de 1773, escrito por Gottfried August Bürger, narra a volta de um rapaz falecido para levar a noiva (lenora) para uma cavalgada sobrenatural. O texto não é sobre vampiros, mas serviu de inspiração para a literatura vampírica.

O famoso escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe publica em 1797 o poema "A Noiva de Corinto" (Die Braut von Korinth). Uma jovem retorna dos mortos buscar o noivo. Graças a um sepultamento cristão inadequado, ela se torna uma vampira.

Samuel Taylor Coleridge foi o primeiro poeta a introduzir os vampiros na poesia britânica. O poema "Christabel"foi escrito entre 1797 e 1801. Após ter sido abandonada por seus seqüestradores, Lady Geraldine é resgatada pela jovem Christabel. Apesar de não haver uma menção de que Geraldine é vampira, os acontecimentos da narrativa e as características da personagem permitem deduzi-lo. O poema contém alusões ao lesbianismo. Em uma das cenas, após tomarem uma garrafa de vinho, Lady Geraldine enfeitiça e convence Christabel a se despir, enquanto ela deixa os seios e metade do corpo à mostra. As duas dormem juntas. Na manhã seguinte ao ocorrido, o corpo velho e ressequido de Geraldine rejuvenesce. A jovem, ao sair do transe, sente culpa e vai rezar.

Robert Southey está entre os primeiros escritores a introduzir os vampiros na literatura inglesa. Em um dos episódios do poema épico Thalaba the Destroyer (1801), o herói Thalaba enfrenta um vampiro, sua falecida noiva Oneiza, que morreu no dia do casamento. O protagonista a mata enfiando uma lança no corpo da mulher.

Outros nomes da poesia britânica que merecem menção são John Herman Merivale e John Stagg. Em "The Dead Men of Pest" (1807), de Merivale, um demônio chamado Vampire sai de tumba e mata os habitantes de uma aldeia, sugando-lhes o sangue. No volume de sua coleção de poemas de 1810, The Minstrel of the North, Stagg incluiu o poema "The Vampyre". Nele o narrador Herman é atacado por um vampiro, o amigo recém-falecido Sigismund. A narrativa termina com os moradores cravando estacas nos corpos de Herman e seu amigo vampiro.

Lord Byron, em 1813, escreveu o poema "The Giaour", em que o protagonista, amaldiçoado por um muçulmano, se torna um vampiro e suga o sangue daqueles que lhe são próximos.

O famoso poeta John Keats também explorou a imagem da mulher vampira que seduz e mata. São de sua autoria os poemas "The Eve of Saint Agnes", "Lamia" e "La Belle Dame sans Merci". Os dois primeiros de 1819 (ano de publicação do conto "The Vampyre", de Polidori, primeira obra de ficção em inglês sobre vampiros), e o último de 1820.

Na França, poucos poetas fizeram referência ao tema vampiro. O conto era o principal forma de divulgação das criaturas da noite. Théophile Gautier, escritor famoso por suas histórias de vampiros, escreveu o poema "Les Taches Jaunes" (1844). Influenciado por Gautier, o famoso poeta Charles Baudelaire dedica a ele os seus poemas, incluindo os de vampiro. "The Vampyre" e "Les Metamorphoses du Vampire" se encontram no livro Les Fleurs du Mal (Flores do Mal), publicado em 1857.

No século XX, o número de aparições vampíricas aumentava cada vez mais. O escritor irlandês James Joyce inseriu no seu romance Ulysses um curto poema. Atualmente é imensa a variedade de estilos e formas de abordagens do tema. Fica difícil indicar poucos nomes.

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